segunda-feira, 4 de junho de 2018

Resenha com Spoilers! - Tartarugas até lá embaixo - John Green

em segunda-feira, 4 de junho de 2018

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"O verdadeiro terror não é ter medo, é não ter escolha senão senti-lo." p.28

Título: Tartarugas Até Lá Embaixo
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 2017
Número de Páginas: 256 
Classificação: ☕☕☕☕☕
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Sinopse: Ao ler Tartarugas até lá Embaixo, acompanhamos a história de Aza Holmes e sua amiga Daisy em busca de um bilionário que desapareceu misteriosamente. Isso porque a família do empresário está oferecendo uma recompensa para o metido a detetive que achá-lo. É claro que, coincidentemente (ou não), Aza já conhecia o filho do desaparecido, pois participaram do mesmo acampamento há algum tempo atrás. Daisy decide que essa é uma chance única de conseguir pistas sobre o paradeiro do ricaço e resolve "reaproximar os dois". Ao mesmo tempo que essa história maluca se desenrola, Aza lida com seu Transtorno Obsessivo Compulsivo, mais uma das milhares de doenças psicológicas que as pessoas rotulam, erroneamente, de "frescura".



O livro que dá um tapa na cara da sociedade sobre a verdade a respeito do Transtorno Obsessivo Compulsivo - TOC (e sobre outras doenças psicológicas). Quando comecei a ler o livro, já achava que seria mais um daqueles romances chatos do John Green, vocês sabem. Mas quando comecei a conhecer a Aza me identifiquei com ela de uma maneira sobrenatural. Acho que esse é um dos livros da minha estante que mais tem marcações de quotes.

Não sou portadora de TOC, mas tenho depressão e meus sintomas não são muito diferentes dos da Aza. É muito difícil, como a Aza mesmo fala, ter demônios dentro de você, ter que conviver com uma voz na sua cabeça todos os dias dizendo que você não consegue, que não é capaz. É muito difícil afundar e não saber onde se segurar e, mais difícil ainda, é não querer depender de remédios, mas ter que tomá-los mesmo assim. No final eles não mudam quem somos.    

É claro que achar o pai do Davis não era o mais importante, óbvio que no fundo eu estava louca para saber onde ele estava, mas, pelo perfil mafioso dele, já sabíamos aonde isso ia dar. O que mais me interessava de fato era saber como a Aza, com problemas muito parecidos com os meus, ia lidar com um relacionamento que parecia ter final feliz, mas que acaba de um jeito triste, apesar de eu ter esperanças no futuro dela, assim como tenho no meu. 

Outra coisa que me deu um tapa na cara foi achar que a Daisy era a personagem mais chata do livro, mas no final perceber que talvez a Aza fosse realmente um pouco egoísta. Aza nunca tinha lido os textos da sua amiga, que eram algo muito importante pra ela. Isso me fez perceber que talvez eu também pudesse estar tendo as mesmas atitudes e que o fato de estarmos travando batalhas internas todos os dias não nos dá o direito de não se importar com mais ninguém.

No final, é claro, Aza não melhora magicamente, e ela sabe que terá que conviver com isso para o resto de sua vida, por isso decide se afastar de Davis para não magoá-lo. Talvez as pessoas tenham terminado o livro sem entender isso, e até odiado esse final. Mas só quem passa por isso sabe que é praticamente impossível fazer alguém entender o que se passa conosco, e não são todas as pessoas que aceitam conviver ao lado de pessoas assim, do jeito que a Daisy aceitou desde que conheceu Aza. Então, posso dizer que Tartarugas até lá Embaixo já se tornou um dos meus livros da vida, está na lista de favoritos e não mudaria nada nele, apenas terminei com a sensação de que ainda leria essa história muitas vezes ao longo da minha vida.

 

 

 






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