quarta-feira, 25 de julho de 2018

Resenha com Spoilers! - Antes do Agora - Gleice Couto

em quarta-feira, 25 de julho de 2018

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"A minha porta costumava permanecer fechada. O problema era que, às vezes, eu fingia esquecer onde havia deixado as chaves quando, na verdade, sempre estiveram comigo."


Título: Antes do Agora
Autora: Gleice Couto
Editora: Contar e Criar
Ano de publicação: 2017
Número de páginas: 66
Classificação: ☕☕☕☕☕
Onde comprar: Amazon
Sinopse: Antes do Agora conta a história de um reencontro de um casal que, no início parece ter se separado por motivos banais relacionados a relacionamentos amorosos, mas ao longo da história percebemos que se trata de algo muito maior. A história também mostra dois jovens que não fazem ideia de como lidar com problemas psicológicos, tanto os próprios quanto os de amigos e parentes próximos.

Leio novamente um livro no qual me identifico, na verdade um conto. É muito curto, mas, assim como muitas outras histórias, me faz ter mil e uma sensações de uma vez só. Há um tempo atrás decidi que não leria histórias que de alguma forma se relacionassem com a minha vida, mas parece que quanto mais repito isso a mim mesma, mais estou lá, procurando respostas para as minhas perguntas diárias sobre tudo, sobre a vida.

A história é contada por Júlia, que no início parece ser a grande vítima da história, até me fazendo odiar Gustavo, mas as coisas não eram exatamente como eu pensava. Eu não tinha ouvido falar com tanta frequência sobre automutilação, até já conheci pessoas que faziam isso, mas nunca me dei conta de que podia ser algo pior do que eu imaginava. Depois de um relacionamento conturbado entre os dois, Gustavo volta e bola uma espécie de plano de reencontro, para rever Júlia de alguma forma. Com o reencontro, Júlia parece o tempo todo irritada e traumatizada e, a cada capítulo, me vejo perguntando o porquê e ficando cada vez mais curiosa para saber o que assombra o relacionamento desse casal.

Aos poucos descobrimos que Gustavo possui cicatrizes no braço, e já pensei logo: depressão. Mas era algo bem diferente disso e tão desconhecido pra mim, que demorei pra entender o que era. É claro que a automutilação surge quando se há algum problema emocional, mas a ideia de ela existir na tentativa de acabar fisicamente com uma dor que, no fundo, é emocional, me fez compreender um pouco melhor tudo isso.

Ao final percebemos que não existe um vilão ou um mocinho, não há um culpado nessa história, pois não é fácil se relacionar e aprender a lidar com alguém que está doente e também não é fácil quando se está doente, pois a escolha mais fácil é se afastar e não "dar trabalho" pra ninguém. A maioria escolhe isso, foi o que Gustavo escolheu, mas nessa história a gente aprende que basta querer pra fazer as coisas acontecerem.



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